Resenha Crítica: O Vilarejo — Raphael Montes

                             

Autor: Por Raphael Montes
Editora: Suma das letras
Classificação: 5/5


O Vilarejo foi uma leitura concluída rápido demais, terminei num só dia (o livro é bem curtinho, com apenas 92 páginas). E por que eu demorei três dias para critica-lo aqui? Porque não sabia como começar. Foi até agora um dos livros mais complicadinhos de comentar, pois terminei de ler e pensei "E agora?". Mas cá estou.
Se você prestou atenção no começo, coloquei "autor: por Raphael Montes", pois então, o Rapha é o tradutor dessa aterrorizante história. Vou explicar...
Já nos prefácio, somos introduzidos à revelação de que a história desse livro foi escrita por uma mulher chamada Elfrida Pimminstoffer. Depois que ela faleceu, os livros que ela tinha foi doado para um amigo do Rapha, e no meio desse amontado de livros, encontrou três cadernos finos onde deu de cara com essa história. Escrito à mão, com tinta velha e desbotada, com as folhas mal conservadas e um idioma estrangeiro. Foram escritos em cimério, uma língua morta. É nessa hora que o Raphael sai em busca de algum pra traduzir a história pra ele — que o deixou espantado com os textos e as ilustrações de extrema violência –, e acabou encontrando: o único especialista nesse idioma morto, que recusou-se a traduzir. E o Raphael acaba fazendo isso sozinho, apenas com um dicionário que ganhou do professor especialista em línguas botno-úgricas, Uzzi-Tuzii.
  Num desses cadernos, encontrou o nome "Peter Binsfeld", nada mais nada menos que um padre, teólogo e demonologista. O legado mais famoso deste padre, é a classificação dos demônios, os Sete Reis do Inferno, os responsáveis por invocar um pecado capital nos seres humanos.
E os capítulos são exatamente focando nisso; são apenas sete capítulos, onde foca na vida de cada pessoa do vilarejo e os seus pecados. Vamos ver sobre a gula da Felika e o que faz para manter os filhos alimentados, enquanto o marido Anatole vai a procura de alimentos fora do vilarejo, ele é dono da Ira. A Inveja da Vonda para com as irmãs Vália e sua gêmea Velma. A soberba da sonsa da Srt Helga. A luxúria nogenta do Mikhail. A preguiça do Ivan, o ferreiro e a ganância da Sra Branka. Da pra ler cada capítulo sem prejudicar na interpretação, todos os contos se interligam.

Quando terminei de ler o Prefacio, fiquei com receio de iniciar a leitura. Afinal, escrito num idioma morto, contando a história de um vilarejo que sumiu do mapa, onde os personagens são sombris e cruéis, é de assustar qualquer um.
Começado a leitura, fiquei sem acreditar no que tinha acabado de ler e precisei reler para ver se a ficha caia. Foi o capitulo mais sombrio de todos! É nesse capítulo que você sabe o destino de quase todos os moradores da vila.
Você percebe que a maldade humana sempre existiu, ainda mais quando é tempo de guerra e de frio, onde os instintos de sobrevivência estão a todo vapor. Você percebe que os personagens são seus piores inimigos, e isso é assustador!
Se eu indico esse livro? Sem sombras de dúvidas! Mas eu perguntaria se a pessoa teria estômago para tal leitura, muita gente já me falou que desistiu de ler por ser muito surreal e cruel. E a tendência é piorar... A cada capitulo nos deparamos com contos loucos! E o posfácio, me deixou de queixo caído. Fiquei me perguntando: "Será que tudo isso foi real ou é a imaginação da autora? Fiquei torcendo para ser a segunda opção e poder dormir em paz. Risos.
Sem mais delongas, esse livro é bizarro, e isso é um elogio (Claro, sem imaginar que seja algo real). Foi muito bem escrito e isso é tenso, o que é uma maravilha para um livro fe terror. Alguém já leu?


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