Resenha:1984 — George Orwell

  A história é contada pelo ponto de vista do Winston Smith, um homem de 39 anos, membro do Partido Externo que trabalha no Ministério da Verdade. Nas primeiras páginas você é arrebatado; pelo simples fato dele estar relatando os seus pensamentos num diário. O grande detalhe é: isso é crime.
   Todo esse grande enredo se passa na Oceania — uma das três grandes potências mundiais do livro — que vive em constante guerra com a Eurásia e tem como aliada a Letásia. Porém, as memórias do Winston dizem o contrário, no passado nem sempre foi assim. E só de pensar contra o Partido, ele está cometendo outro crime. O pior de tudo é que ele não pode conversar com outros sobre a opressão do Partido em relação à população, se o fizesse, poderia ser denunciado. E por trabalhar no Ministério da Verdade, orgão responsável por destruir e modificar documentos em prol do partido, fica tudo mais difícil. " Controlando o passado, controla-se o futuro", diz o Partido.
   Nos " Dois minutos de ódio", momento usado para exaltar os feitos do Grande Irmão e repudiar os inimigos,  ele nota dois membros do Partido. Júlia, uma moça que ele acha ser informante e O'Brien, um membro que parece ser ortodoxo às idéias do partido e que tem os mesmos pensamentos que os seus.

  Num dia qualquer no trabalho, ele acaba esbarrando com Júlia e se surpreende ao ler um simples bilhete que a mesma lhe entrega. Acabam se relacionando — outro crime — e mesmo sabendo que serão pegos, continuam o romance só para irem contra o Grande Irmão.
    Acaba conhecendo rapidamente O'Brien, e confirma que pensam da mesma maneira. Ganha um livro dele, escrito por um inimigo do Partido, e começa a entender o verdadeiro significado dos três lemas do Partido.
    
    • Guerra é Paz — A guerra é usada como instrumento de manipulação, o povo está conformado, isso é paz para o Partido.
   
     • Ignorância é Força — A ignorância dos menos favorecidos é poder para o Partido.
   
     • Liberdade é Escravidão — Uma vez que estivessem livres de serem um membro do Partido, perdem alguns dos poucos benefícios; melhor estar ao lado do poder. 
  
E o que ele mais teme acontece, é pego pelo Ministério do Amor, orgão responsável por manter a lei e a ordem. Percebe o quanto foi marionete na mão do Partido, e lá, precisa passar por três etapas impostas por eles: Aprender, compreender e aceitar. Tudo isso, da pior maneira possível.

Foi no final que percebi o porquê das pessoas do livro serem como são e só de imaginar que todas sofreram como o Winston, me doeu. Mesmo sendo uma leitura um tanto cansativa, mesmo sem entender muito bem do contexto histórico e social que o autor se baseou para criar esta distopia totalitária, valeu a pena. Você percebe que esse livro, publicado em 1949, faz jus aos dias de hoje. Nota-se que o medo, a ignorância, a alienação, a manipulação, as guerras continuam até hoje. É o futuro refletindo o passado.

- Johany Medeiros

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